quinta-feira, 9 de julho de 2009

Uma tarde qualquer na Av. Paulista

por Ana Jorge

Estava deprimida.

Peguei o Lapa H na avenida Sumaré e fui embora. Sentei ao lado da janela e ia observando o que passava por mim. Os carros, as buzinas, os abraços e sorrisos...
Definitivamente não me sentia bem. Ainda estava no ônibus percorrendo a Paulista quando resolvi descer no Masp. Queria ficar ali um bom tempo sem ser incomodada.
Sentei num banco em frente ao jardim e apreciava a paisagem. Sólida, não incomodava.
Por um momento de lucidez, resolvi sair de lá com medo de ser assaltada.
Andei bastante. Era um dia de semana qualquer. As pessoas andavam rapidamente com seus envelopes embaixo do braço, mulheres apressadas de salto, tumulto, muito tumulto. Era um dia normal aqui na cidade, cinza e cheio de carro.
Mais assombrado era o que existia dentro de mim.
Já não estava satisfeita ali, queria ir embora, mas não pra minha casa. A sensação que tinha é que meu mundo ia se fechando a cada segundo e que em pouco tempo não teria saída pra mim.
Ai que dificil! Não conseguia me entender, me aceitar.
E ao final do passeio rabisquei umas simples palavras: "Tenho que gostar de mim pelo que vejo em mim mesma. E não me odiar pelos outros não terem visto o que tenho de mais lindo: Eu mesma!"
A partir desse dia decidi não me perder mais de mim e voltei pro aconchego de casa.



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